MIRÓ: Surrealismo e sua pintura lúcida
Seguindo a linha de falar sobre todas as artes, vou falar hoje um pouco sobre o Miró. Artista surrealista Europeu e que tem quadros nos maiores e melhores museus do mundo... Ele esteve em uma grande exposição em 2015 no Instituto Tomie Ohtake, no qual tive o prazer de prestigiar...
Um pouco de sua história...
Durante minhas pesquisas encontrei divergências
com relação à história do artista nos diversos sites, blogs e materiais
bibliográficos de livros on-line. O que se sabe ao certo é que seus pais eram
contra o seu interesse pelas artes, mas ainda assim cursou Escola de Belas
Artes de Barcelona e Academia de Gali. Durante a juventude teve depressão, pois
não tinha gosto pela profissão que exercia até então e que precisou se
desvencilhar de sua família para conseguir seguir sua inclinação para a arte.
Quando morou em Paris, não conseguia fazer
pinturas por encomenda de retratos, nus e paisagens conforme movimento
expressionista que estava em alta na época e por não conseguir trabalho passou
muita fome.
Algumas fontes relatam que ele mesmo confessou
que usava a fome como forma de “ver o mundo de um jeito diferente” e assim
desenvolver seus quadros surrealistas: “vivendo experiências extremas para
pintar”.
Foi amigo de Picasso, que lhe ajudou muito nesta
fase difícil em Paris.
Embora tenha sido considerado por André Breton
como o "mais surrealista entre todos os surrealistas", Miró sofreu
influencia de diversas vanguardas do inicio do século, como o dadaísmo, do
cubismo e do fauvismo e não se considerava partidário de nenhum destes
movimentos em especial. Ainda mais a partir da década de 1930, quando Breton e
outros companheiros surrealistas aproximaram-se da doutrina marxista.
Ainda assim, boa parte de suas obras são
consideradas surrealistas, pois continham grande carga simbólica e emotiva, que
transformava seus desenhos minimalistas em desenhos de forma inusitadas e
muitas vezes incompreendidos até mesmo pelos outros surrealistas da época.
Ainda assim, o movimento surrealista lhe foi
muito importante. Em um documentário ele comenta que “pintar com todas essas
regras [do cubismo] me estressava um pouco. Eu queria ir além disso, entende? O
cubismo abriu muitas portas, mas depois dele a pintura se tornou algo muito
estático, estava somente preocupada com o plasticismo e eu queria dar um salto
sobre isso, que me parecia muito limitado. Então, com os surrealistas eu
encontrei o que estava procurando. Eu pude deixar o plasticismo estrito para
trás e ir além”. Segundo Vinicius escreveu para o Site Colunas Tortas em 18 de
Abril de 2014.
Sobre a exposição...
Dividida cronologicamente a exposição trás um
recorte de cerca de 50 anos da produção do artista e trouxe ao instituto Tomio
Ohtake, em São Paulo 112 obras, entre pinturas (41), esculturas (22), desenhos
(20), gravuras (26) e objetos de ponto de partida das esculturas (3), além de
fotografias e vídeos contando a história do artista.
As peças, selecionadas pela Fundação Joan Miró,
de Barcelona foram recolhidas do acervo da própria fundação e coleções
particulares e propositalmente divididas em 3 blocos cronológicos mostram
diferentes fases do artista e suas “experimentações da matéria”.
O primeiro bloco, entre as décadas de 30 e 40,
época onde ocorriam na Europa a Segunda Guerra Mundial e na Espanha a Guerra
Civil Espanhola, suas pinturas e desenhos mostravam o inicio do interesse do
artista pela matéria. Seu caráter transgressor se evidencia ao manifestar de
forma explicita seu proposito de renovar os “procedimentos técnicos” de suas
criações e “assassinar a pintura” tal a qual o mundo a conhecia, referindo-se a
intenção de acabar com a concepção clássica da pintura de cavalete.
É nessa fase que Miró passa a fazer suas
reconhecidas colagens e objetos diversos com o uso de materiais diversos.
No segundo bloco, entre as décadas de 50 e 60,
com a utilização de mais tipos de técnicas para a concepção de trabalhos
artísticos, destaca-se o interesse continuado do artista pela experimentação da
matéria, o que o levou a trabalhar em excesso no campo da escultura.
Mulher III, 1967 (óleo e acrilico sobre tela). Fundació Joan Miró, Barcelona. Foto acervo pessoal. |
Mulher na noite, 1973 (acrílica sobre tela) Fundació Joan Miró, Barcelona. Foto acervo pessoal. |
À direita: O
Sonâmbulo (1974), água-forte, água-tinta e carbono. Fundatió Joan Miró,
Barcelona. Foto acervo pessoal.
|
Segundo o neto do artista e responsável pelas
exposições das obras do avô pelo mundo, Joan Punyet Miró diz que 48 das peças
apresentadas são de coleções particulares, 2 delas nunca foram apresentadas ao
público:
![]() |
Imagem extraída da reportagem sobre a exposição de Miró do site G1. |
![]() |
Miró em seu atelie. Foto da foto exposta. Acervo pessoal. |
![]() |
Miró trabalhando. Foto da foto exposta. Acervo pessoal. |
Joan Miró
- A força da Matéria
Onde: Instituto Tomie Ohtake.
Av. Brigadeiro Faria Lima, 201 – Pinheiros – São
Paulo, SP.
Quando: de 24 de Maio a 16 de Agosto.
Horários: de terça a domingo das 11h às 20h.
Entrada gratuita.
Observação: A mostra seguiu
para Florianópolis, SC entre os dias 02 de Setembro à 14 de Novembro).
Comentários
Postar um comentário