CORTINAS - 1° Parte: História e função



Quando separei esse assunto para fazer esse artigo, sabia que era um assunto extenso, complicado, com muitas variáveis e muitas informações conflitantes.

Também sabia de antemão que existem diversos sites, revistas e blogs que falam deste mesmo assunto e quase sempre da mesma forma.

Não é minha pretensão ser e fazer diferente, mas gosto sempre de dar o meu ponto de vista e entendimento sobre cada assunto que decido abordar, pois passei horas pesquisando, estudando e entendendo cada um deles para poder aplicar na minha vida profissional.

E é nesse ponto que me complico... acabo tendo tantas informações para apresentar que me perco no conteúdo!

Mas vamos lá, espero conseguir passar informações uteis e de forma simplificada para entendimento e utilização das pessoas que encontrarem esse artigo...

Vou iniciar falando um pouco do surgimento desse item, pois assim fica fácil entender suas importantes funções, desde a antiguidade até os dias atuais.

No próximo artigo pretendo dar informações mais técnicas, como a divisão das partes da cortina, tipos de cortinas e de pregas, tecidos e materiais.

E para não estender muito cada artigo, farei um terceiro com as dúvidas de utilizações desse item que não é apenas decorativo, mas muito funcional!

HISTÓRIA


Há quem sustente a ideia de que as primeiras cortinas surgiram na idade das pedras, onde os homens das cavernas utilizavam as peles de animais caçados para tapar os vãos das cavernas, protegendo seus moradores dos ventos frios e da luminosidade solares.

Outros relatam ainda que já durante a era dos impérios Egípcios cortinas e tapetes eram utilizadas para decorar paredes e proteger janelas. Nas histórias dos impérios Chinês e Japonês também há indicio do uso deste artefato por imperadores e nobres.

Na idade média as primitivas cortinas já não eram tão utilizadas, a maioria as janelas eram tão pequenas que não havia a necessidade de proteção por tecido.
Foi durante o Renascimento porém, época de grandes mudanças no campo das artes, cultura e ciência que esse elemento de função protetora passou a ser novamente utilizado como elemento decorativo e funcional.

As cortinas passaram a ser objeto de desejo entre a realeza e os nobres que adquiriam seda, cetim e brocados para decorar corredores e salas de palácios. A cortina passou a ser um importante adorno da realeza e pessoas que detinham o poder, pois só eram encontradas em castelos, palácios e igrejas.
As tecelagens eram totalmente artesanais e produziam grande variedade de peças únicas, pesadas e com muitos adornos (e detalhes em ouro).

Foto arquivo pessoal. Adornos e detalhes em tecidos feitos por artesãos, Palácio de Versalhes, Set/2015.


Nesta época as cortinas não apenas cobriam janelas, mas também paredes e envolviam camas para proteger os moradores do frio e dar privacidade.


Foto arquivo pessoal. Cortinas cobrindo paredes e quadros, Palácio de Versalhes Set/2015.

Foto arquivo pessoal. Cortina cobrindo leito, Palácio de Versalhes Set/2015.

Somente após Revolução Industrial, com os avanços na produção e melhorias na tecelagem e tinturarias foi possível a ampliação do uso das cortinas e cobertores por outras camadas da sociedade.

FUNÇÃO

Dentre as principais funções práticas de uma cortina estão o controle de luminosidade, controle térmico e de poluição sonora, visual e residual (pós, fuligens e etc.), dá privacidade e protegem os espaços internos da ação direta dos raios solares.

Porém, é o fator decorativo, que é o principal motivo pelo qual algumas pessoas decidem TER cortinas e muitas outras optam por NÃO tê-las!

Eu explico...

Durante muitos anos na história a cortina foi utilizada de forma funcional, ajudando a aquecer e dar privacidade a lares de pessoas ricas e abastadas, mas não somente isso, mas também ajudando a “finalizar”, dar um “toque final” na decoração desses lares.

O que ficou no decorrer do tempo foi muito mais a ideia de “peça decorativa em lares abastados” do que a ideia de “funcionalidade de aquecer e dar a privacidade”, mesmo parecendo obvio essas funções, na hora de escolher entre ter ou não cortina, o que os clientes mais comentam é: “Nós não precisamos de cortinas, queremos uma decoração simples! ” ou ainda “Quero algumas coisa bem chique e glamourosa, encha a produção de cortinas pesadas com adereços”.

A cortina continua ainda hoje dando a maioria das pessoas a ideia de objeto de luxo!

O uso da cortina não é só uma questão decorativa, mas uma questão sustentável das nossas nem tão atuais necessidades...

Ao invés de se comprar aquecedores para esquentar as casas nos invernos, as cortinas podem e ajudam muito na sensação térmica interna das casas, pois não deixam o frio das janelas passarem para o restante do ambiente.

Uma cortina ou um voil leve no verão deixa a luminosidade natural entrar na casa sem que os habitantes fiquem expostos aos olhares atentos dos vizinhos.

Mas eu tenho alergia, as cortinas são muito ruins para pessoas alérgicas! De verdade, Eu tenho alergia e ouvi essa informação do meu médico quando ainda era uma criança e sabe o que Eu descobri com o decorrer dos anos? As cortinas ajudam a filtrar o pó e a sujeira para não entrar dentro de casa. Para não termos complicações alérgicas basta apenas escolher o tecido certo, que possa ser facilmente lavado em casa com maior frequência. Problema resolvido!

Confesso que não gostava das cortinas. Por anos pensei que fossem vilões mas hoje vejo cada vez mais no meu dia a dia a importância que eles tem na produção dos ambiente e principalmente as funções que elas exercem neles e na vida dos clientes.

Por isso minha conclusão sobre esse item é que esse elemento não é apenas peça decorativo mas um elemento extremamente funcional usado à séculos pelos mais diferentes povos, dos mais longínquos pontos do mundo e das mais diferentes formas, sendo na minha opinião um dos itens mais ecléticos e democráticos para se utilizar em uma casa.


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