KANDINSKY: O não figurativismo e o inicio da Abstração

Grupo de alunos da Abra em frente à entrada da exposição de Kandisky no Centro Cultural Banco do Brasil. Foto acervo pessoal.

Sobre o artista...

Wassily Kandinsky foi um artista plástico russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais, nascido em Moscou em 16 de dezembro de 1866 (4 de dezembro no calendário juliano, então em vigor na Rússia). Filho de pais divorciados, Kandinsky passou grande parte da infância em Odessa, onde foi educado pela tia. De volta à capital russa, estudou Direito e Economia na Universidade de Moscou, chegando a diplomar-se em Direito aos 30 anos, porém desistiu dessa carreira, encontrando finalmente seu destino nas artes visuais, ao se apaixonar por uma tela de Monet.

Kandinsky também adquiriu a nacionalidade alemã em 1928 e francesa em 1939. Morreu em Neuilly-sur-Seine, na França em 13 de dezembro de 1944.

Sobre a exposição...

A exposição composta de 153 obras e objetos do artista, seus contemporâneos e de artistas que o influenciaram. A ideia central é levar os visitantes a conhecerem não só as principais obras de Kandinsky e sua trajetória, mas também suas influências e o relacionamento com outros artistas, com a cultura popular e folclore russo, além do universo espiritual do xamanismo no Norte da Rússia.
O acervo diverso tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, enriquecido com obras de mais sete museus da Rússia e coleções procedentes da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França. A exposição proporciona um verdadeiro mergulho nas raízes do universo criativo deste artista que é conhecido como o precursor da pintura abstrata.
Com isso, a exposição foi dividida em cinco blocos:
  1.  "Kandinsky e as raízes de sua obra em relação com a cultura popular e o folclore russo";
  2. "Kandinsky e o universo espiritual do xamanismo no Norte da Rússia";
  3.  "Kandinsky na Alemanha e as experiências no grupo Der Blaue Reiter, vida em Murnau";
  4.  "Diálogo entre música e pintura: a amizade entre Kandinsky e Schonberg";
  5.  "Caminhos abertos pela abstração: Kandinsky e seus contemporâneos".


Com apenas uma hora de visita guiada e cinco andares de exposição para vermos, não foi possível analisarmos na visita todos os 5 blocos da mostra, sendo necessário um “recorte” dos objetos trazidos, mas foi possível identificar diversas diferenças entre as pinturas do artista e seus contemporâneos que os influenciaram.

São Jorge (1911) de Wassily Kandinsky

Milagre de São Jorge e o Dragão  (segunda metade do séc XVI).

Ao olharmos o primeiro quadro, sem lermos seu título consideramos a tela uma obra abstrata, sem elementos figurativos que nos dessem algum sentido. A guia nos orientou então a olhar para o segundo quadro, que estava ao lado e também sem olhar o título tentássemos descrever a cena. Após a descrição da cena e leitura do título, voltarmos ao primeiro quadro lemos então seu titulo e assim foi possível ao grupo identificar que se tratava da mesma cena de São Jorge em seu cavalo. Foi assim que começou nossa experiência na exposição, que estava sempre tentando ligar os elementos da vida do artista, artista que o influenciaram com sua obra.

Utensílios e adornos das casas de camponeses da Rússia czarista. Fotos acervo pessoal.

Roca. Fotos acervo pessoal.

Ao vivo é possível ver as cores intensas dos objetos acima. Muitos do acervo pessoal do próprio Wassily Kandinsky, adquiridos quando ainda trabalhava como Advogado, em suas viagens para estudar as leis dos camponeses.

Frases de W. Kandinsky estavam espalhadas por toda a exposição. Foto acervo pessoal.
“Dois ovais” (1919) de W. Kandinsky. Foto acervo pessoal.

Kandinsky também adorava música e pintou os sons que ouvia em seus quadros. No quadro a cima a esquerda, a guia nos fez dar sons diferentes para as cores e assim montamos uma “música” conforme ela ia nos apontando as diversas cores do quadro, que infelizmente esqueci de anotar o nome!
A exposição teve a curadoria de Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky e o apoio do Banco Votorantim, Centro Cultural Banco do Brasil e Ministério da Cultura.

"Um vermelho vivo pode acelerar o coração, causar dor ou até repulsa, enquanto o azul leva à paralisia. O amarelo vibrante agride o olho do jeito que o zunido estridente de uma trombeta machuca os ouvidos. A cor exerce influência direta sobre a alma, causando uma vibração emocional com seu poder psíquico." Kandinsky.



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