Paisagismo Interno: cuidados!
Este post tem por objetivo apresentar pontos a serem analisados quando se deseja incluir nos projetos de interiores plantas ou jardins internos, sejam eles em residências ou conjuntos comerciais.
Para tanto, será tratado um pouco sobre paisagismo interno e os cuidados que se deve ter para manutenção de plantas dentro de ambientes fechados. Nesta parte intitulada Paisagismo será apresentado alguns exemplos de espécies que vivem bem em ambientes internos.
No próximo post tratarei um pouco de Iluminação e como aplicar esses conhecimentos para o Paisagismo Interno.
O Paisagismo
Plantas para ambientes internos são as plantas que suportam bem as condições restritas e ou artificiais de cultivo, como: iluminação, regas e umidade do ar. Em ambientes internos devemos sempre buscar proporcionar as plantas condições ambientais semelhantes às encontradas na natureza.
Não podemos esquecer que as plantas são seres vivos e precisam de ambiente propicio para sua sobrevivência. Diversas variedades de plantas são conhecidas como “plantas de interiores” por prosperarem em condições de baixa luminosidade, isso não quer dizer no entanto que a luminosidade poderá ser negligenciada a essas plantas, uma vez que é a partir da utilização da luz que as plantas conseguem fazer a fotossíntese.
Mas por que incluir plantas em um projeto de interiores?
As plantas internas, além de servirem como lindos adereços decorativos e trazerem para dentro de casa uma atmosfera mais fresca, de alegria e bem estar, proporcionam ao ambiente constante transformação e desempenha também importante papel no equilíbrio ecológico do ar que respiramos dentro dos ambientes. Estudos da NASA comprovaram que através das plantas é possível reduzir a poluição do ar de um ambiente em até 80% em poucas horas, retirando do ar gases nocivos a saúde humana como: formaldeídos, tricloroetilenos e benzeno, além de balancear a unidade do ar.
Em grandes cidades como São Paulo, é cada vez mais difícil as residências possuírem espaços para terra permeável e jardins, sobrando aos cidadãos que desejam manter o contato com verde a necessidade de se criar jardins em vasos, jardineiras ou jardins sob lajes interno.
Para se ter plantas dentro de casa é fundamental analisar algumas condições ambientais do local a inserir seu jardim, mesmo que ele seja composto de um único vaso. São elas:
- Luminosidade – verificar as entradas de luz natural, quanto mais perto de vidraças, janelas e claraboias melhor a iluminação da planta, melhorando suas condições de sobrevivência, porém, a essa quantidade de luz varia de espécie para espécie e a iluminação adequada para cada espécie é o que garante sempre a sua beleza e saúde. As espécies são divididas em categorias que podem nos ajudar na escolha das opções de plantas internas:
- Plantas de meia sombra precisam de grande quantidade de luz, mas não precisa ser de iluminação direta do sol;
- Plantas de sombra são plantas mais tolerantes a ausência de sol;
A luminosidade artificial também pode ser considerada, mas há a exigência de lâmpadas especiais neste caso.
- Espaço – o confinamento das raízes em vasos e jardineiras atrapalhará o bom crescimento da planta, levar em consideração o tamanho do vaso e o tamanho que a planta atinge com seu crescimento natural para não prejudicar a planta eu criar problemas futuros dentro de casa por conta do seu crescimento;
- Umidade do ar – a atmosfera em ambientes internos tende a ser mais secas, inclusive e principalmente quando se tem ar condicionado, o que atrapalha o crescimento e absorção de gases do ambiente. As plantas de interiores preferem umidade em torno de 60% e as de folhas mais finas necessitam de 80% de umidade no ar;
- Substrato – mistura preparada a partir de terra rica em húmus, areia lavada de rio e compostos orgânicos nas quantidades e de acordo com a necessidade da espécie escolhida. Substitui a terra comum utilizadas em jardins externos, que não são aconselhados para vasos de ambientes internos e devem possuir as seguintes características:
- Porosidade, para melhor circulação de ar e água no sistema radicular da planta;
- Permeabilidade, fundamental para a penetração de ar e água, boa drenagem;
- Retenção de água, para manter o nível ideal de umidade da planta;
- Retenção de nutrientes, por se tratar de um ambiente artificial as plantas necessitam de muito mais nutrientes para manter suas condições vegetativas e fitossanitárias;
- Água – Sempre na quantidade certa. Água em excesso pode matar a planta, sua escassez também. A quantidade de regas varia muito de espécie para espécie. Deve-se sempre analisar o hábitat natural da planta para definir a quantidade ideal de regas;
- Temperatura – há uma faixa de temperatura ideal para cada espécie de planta e essas faixas devem ser respeitadas para a saúde e beleza da planta. Plantas conhecidas como “internas” tem temperatura ideal entre 07 e 21°C.
- Corrente de ar – muitas espécies, como as samambaias não suportam correntes de ar, mas precisam de ventilação adequada. O ideal é manter janelas e portas abertas para a circulação e manter essas espécies longe da corrente criada nestas situações;
- Manutenção – necessidade de cuidados constantes como:
- Adubação controlada para que nunca faltem nutrientes necessários para a vida da planta. Esses adubos podem ser químicos (sintéticos) ou orgânicos (de origem animal ou vegetal e por tanto mais saudável e sustentável);
- Controle de pragas e doenças, pois plantas fora de seu habitat natural tendem a sofrer mais ataques de pragas e doenças. Para o controle utilizar sempre produtos naturais e não tóxicos;
- Poda sempre que necessário para manter a planta com tamanho adequado no espaço existente para ela;
- Replantio de tempos em tempos, pois há sempre a necessidade de se aumentar o espaço das raízes das espécies plantadas em vasos.
Cabe ressaltar que os pontos positivos de jardins internos seria que as plantas ficam abrigadas de ventos, tempestades e enxurradas, períodos prolongados de secas e altas variações térmicas.
Alguns exemplos de plantas recomendadas:
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Exemplos de plantas para Paisagismo Interno: plantas de meia sombra e sombra. |
MEIA SOMBRA: samambaias, begônias (Begonia rex), dracenas como a dracena confeti, avenca, Maria sem-vergonha, gloxínias, marantas como folha-de-pata, curculigo, caeté-rosado, palmeira ráfia. Violeta africana, renda portuguesa, antúrio, orquídea, peperômia, flor de maio, chifre de veado, ripsális, Arvore da felicidade.
SOMBRA: Cheflera, costela de Adão, filodendro-veludo, lírio da paz, comigo-ninguém-pode, lança de são Jorge, zamiolculca.
Referências:
Blog INBEC, Blog Casa Vogue, Jornal Retrato, Apostila do Curso Municipal de Jardinagem, Livro Iluminação no Design de Interiores, Dicionário Michaelis On-line Uol, Globo Rural (16 de Abril de 2015), Giacomelli Blog, e-How Brasil e wikiHow.
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